Mestres e Escravos do Dinheiro

Miguel Leite
39 min readSep 12, 2020

--

Por Robert Breedlove

(Traduzido por Miguel Leite)

Mestres e Escravos do Dinheiro

Dinheiro é uma ferramenta para a troca de tempo humano. Bancos Centrais, os senhores do dinheiro na era moderna, usam essa ferramenta como uma arma para roubar tempo e infligir desigualdade de renda. A história nos mostra que a corrupção do sistema monetário resulta em decadência moral, colapso social e escravidão. A tentativa de manipulação da moeda sempre se mostrou uma tentação irresistível para os humanos e o único antídoto para esse veneno é uma moeda incorruptível — Bitcoin.

Os falsificadores são mestres de escravos

“O conhecimento torna um homem impróprio para ser um escravo.” -Frederick Douglass

Na antiga África Ocidental, miçangas (aggry beads) — pequenas esferas decorativas de vidro — foram usadas como moeda por séculos. Com a origem incerta, essas miçangas eram um meio de transferência de riqueza nas trocas(como dinheiro) entre indivíduos e entre gerações. Quando os exploradores europeus apareceram na África por volta do século 16, ficou rapidamente claro que essas miçangas possuíam demasiado valor para os locais. Como a tecnologia de produção de vidro na época era bastante primitiva na região, elas eram difíceis de produzir, assim, confiavelmente escassas relativamente aos outros bens — uma propriedade monetária que sustentava o seu valor de mercado.

Na Europa, a produção de vidro era uma técnica mais sofisticada; miçangas falsificadas, virtualmente idênticas aquelas usadas como moeda na África, poderiam ser feitas em massa a um custo muito baixo. Aproveitando-se da oportunidade econômica, muitos artesões europeus passaram a organizar expedições para a África Ocidental, enviando grandes quantidades de miçangas que eram facilmente produzidas na Europa. Esse esquema foi um dos primeiros de falsificação monetária em larga escala que operou no mundo. O que se seguiu a essa exportação aparentemente inócua de miçangas de vidro foi uma pilhagem de várias décadas da riqueza africana, dos recursos naturais e, em última análise, do tempo.

Conforme os barcos europeus chegavam à costa africana, muitos abarrotados de miçangas de vidro, locais prontamente trocavam seus ativos conquistados a duras penas pelo que acreditavam serem suas preciosas miçangas. Ao longo de décadas, essa troca de ativos reais por miçangas falsificadas facilitou o confisco da riqueza africana pelos europeus — um episódio criminoso que paralisou lentamente a sociedade africana nos séculos vindouros. Miçangas de vidro futuramente passariam a ser conhecidas como “miçanga de escravos”; à medida que os africanos empobrecidos ficavam desesperados, alguns foram forçados a vender a si mesmo ou a outros como escravos de seus usurpadores europeus. As miçangas — um dos muitos sistemas monetários da história transformados em armas por falsificadores — tornaram-se instrumentos no comércio de escravos transatlântico por vários séculos.

Ao longo de 365 anos, mais de 12,5 milhões de escravos passaram da África para a Europa e para as Américas.

Em uma bárbara ironia da história, navios que desembarcaram na África carregados com (falsas) miçangas mais tarde partiram para as costas europeias e americanas cheios de preciosas cargas humanas. Inumanos e incansavelmente precisos, os mestres desses navios negreiros encheram seus cascos com escravos africanos, da mesma forma que faziam anteriormente com as miçangas de vidro que foram usadas pra comprar sua carga cativa de humanos.

Assim como as miçangas falsas usadas para comprá-los, os escravos africanos eram espremidos nos cascos dos navios para seu trânsito na Europa e nas Américas.

Infelizmente, esse episódio de pilhagem de riqueza não foi um caso isolado. pedaços de panos eram outra forma de dinheiro usada na Antiga África, o que se tornou um meio de transação bem estabelecido durante séculos de negociação com comerciantes muçulmanos do norte. Tribos africanas locais rapidamente passaram a produzir esses panos mas foram superados pelos métodos de produção mais eficientes empregados pelos portugueses. Seguiu-se um arranjo econômico perversamente lucrativo, no qual os lusos usavam panos para comprar escravos africanos, que depois eram colocados para trabalhar na produção das mesmas tiras de panos com as quais suas liberdades foram roubadas. Como o historiador escocês Christopher Fyfe descreveu esta terrível relação comercial:

“Alguns dos escravos eram tecelões de profissão e teciam o algodão em panos do campo, como costumavam fazer no continente. Novos padrões elaborados do tipo norte-africano foram introduzidos e, a partir de meados do século XVI, panos [tiras de tecido] de Cabo Verde foram regularmente exportados para a Guiné para serem trocados por escravos. ”

Atraídos pelo potencial lucrativo ilimitado, produtores de panos portugueses logo estabeleceram um monopólio patrocinado pelo Estado chamado Companhias do Maranhão e Grão Pará que obrigou o uso de suas operações de armazenamento e entreposto comercial para todos os fluxos financeiros denominados em panos. Essa empresa impôs o uso desses panos para o pagamento de impostos, para denominar contratos de comércio de escravos e para contratar soldados. Para citar apenas um exemplo semelhante, não coincidente, hoje: o governo dos Estados Unidos impõe o uso de dólares para arrecadação de impostos, como curso legal, como moeda nominal para contratos de petróleo (o escravo energético da modernidade) e como moeda de reserva internacional (o infame “privilégio exorbitante”).

Eventos similares aos das miçangas e panos exercem um papel relevante na economia global atualmente: o dólar americano em seu bolso, aquele que você se sacrifica tanto para obter, foi recentemente, sem muito esforço, reproduzido em massa pelo governo americano. Da mesma forma que os europeus possuíam acesso a tecnologias superiores para a produção de vidros, que habilitaram-os a poder falsificar dinheiro a um custo baixo, ou o monopólio português na produção de panos, bancos centrais possuem um privilégio exclusivo para produzir dinheiro a quase zero custo, permitindo a eles confiscarem as riquezas de todos os usuários de dólar a bel prazer. Embora menos perceptível e violento, Os bancos centrais hoje realizam operações utilizando os mesmos métodos de roubo usados por europeus astutos contra africanos desavisados.

As histórias relativas às miçangas de vidros e panos carregam importantes lições para as sociedades que vivem sobre julgo dos bancos centrais: aqueles que podem monopolizar a produção de dinheiro tornam-se de fato operadores de falsificação de moeda que roubam o trabalho humano para sempre. Quando as forças do livre mercado são monopolizadas, produtores ganham uma habilidade assimétrica para determinar preços, apesar das preferências dos consumidores, convertendo assim economias democráticas em ditaduras, e liberdade em tirania. Em relação a moeda, isso implica que os monopolistas podem adquirir tempo humano (também conhecido como trabalho) no mercado a um preço injusto. Dito de outra forma: os monopolistas da moeda podem roubar o tempo do homem — um poder malévolo que efetivamente os torna senhores de escravos.

O direito exclusivo de produzir dinheiro sem levar em conta as pressões do mercado competitivo é um aparato de escravidão, um privilégio vil que os monopolistas só podem preservar por meio do engano e da violência.

As falsificações de miçangas de vidro e panos eram armas usadas para adquirir tempo humano; atos que levaram ao roubo direto de 12,5 milhões de vidas entre 1501 e 1806 (e o roubo indireto de sua descendência). O comércio de escravos transatlântico foi um holocausto em câmera lenta sobre os africanos; cerca de 2 milhões morreram em trânsito através da famigerada Passagem do Meio, e aqueles que sobreviveram passaram o resto de suas vidas labutando ou tendo filhos para reabastecer o estoque do seu mestre de escravos. Quantificando essa atrocidade através de uma perspectiva econômica (sem contar aqueles nascidos escravos): assumindo que um escravo médio trabalha 5.000 horas por ano por 40 anos, impressionantes 2,5 Trilhões de anos foram roubados, ou 6,8 Bilhões de horas por ano por 365 anos (link da fonte).

O comércio de escravos transatlântico era uma farsa tão horrível quanto gigantesca; se apenas os monopólios de produção de dinheiro tivessem enfrentado a concorrência do livre mercado, esse horror da história humana não teria atingido uma escala tão colossal. Nos mercados competitivos (Não-violentos), ações produtivas são guiadas pelas preferências dos consumidores: uma dinâmica que leva a redução de preços e a inovações tecnológicas. Na ausência dessa responsabilidade, os produtores são incentivados a fazer tudo o que for necessário para expandir sua participação no mercado — incluindo violência coercitiva. É simples, pressões de mercados mantêm as pessoas honesta. Dessa forma, as estruturas morais e de mercado se reforçam mutuamente.

Mercados, soberania e moralidade

“Para ser moral, um ato deve ser livre.” — Murray N. Rothbard

A competição é um processo natural de descoberta: nos esportes, é dessa forma que conseguimos descobrir qual time é mais competente em um único jogo; em toda uma temporada, a repetição competitiva é como percebemos qual equipe é a melhor no todo. No livre mercado, competição é o conjunto de jogos praticados para alcançar a “satisfação dos desejos”. Cada empreendedor faz sua aposta (investimento de capital, dinheiro e tempo) na medida em que tentam provar que seus concorrentes estão errados, fornecendo soluções melhores, mais rápidas ou mais baratas para os problemas que seus clientes desejam resolver. A competição de mercado é o catalisador do trabalho honesto e do verdadeiro progresso da civilização. Como disseram os Pragmáticos Americanos: “A verdade é o fim da investigação” — neste sentido, o mercado livre pode ser pensado como um ambiente de investigação contínua que se concentra na verdade. As ideias geradas pela competição, que sobrevivem às suas inquisições empresariais sustentadas, são nossas melhores aproximações da verdade — como disse William James:

“Qualquer ideia sobre a qual possamos nos basear … qualquer ideia que nos leve prosperidade de qualquer parte de nossa experiência para qualquer outra parte, ligando as coisas de maneira satisfatória, trabalhando com segurança, economizando trabalho; é verdadeiro para tanto, verdadeiro até agora, verdadeiro instrumentalmente ”

De forma pragmática, a verdade é indistinguível daquilo que é mais útil. Em fóruns de troca livre, a verdade é gerada na forma de preços precisos, ferramentas úteis e virtudes individuais. Os preços representam dinamicamente as concorrências dos participantes do mercado nas relações de troca relativas, uma derivação de inúmeras decisões comerciais ao longo do tempo. Uma ferramenta com utilidade superior, é a manifestação do conhecimento atual mais aguçado da humanidade para resolver um problema específico. Colocando de uma outra forma: na medida em que empreendedores questionam a natureza da realidade através da prática, as ferramentas que eles produzem e as estruturas de conhecimento com que elas são configurados, se adaptam de acordo com as preferências dos consumidores até que uma ou algumas poucas soluções se tornam dominantes no mercado. Virtude e competência competitiva são os traços de caráter infundidos em empreendedores de sucesso que conseguem sobreviver às constantes pressões econômicas que os presenteia pela geração de lucros. Essa função de busca da verdade dos mercados livres é inerentemente iterativa: preços, ferramentas e virtudes mudam constantemente de acordo com as condições do mercado.

Os “pontos” em jogos de descobertas baseadas no mercado são denominados em dinheiro — a ferramenta usada para calcular, negociar e executar trocas com mais eficácia. A competição de mercado é o processo que mantém os produtores honestos: quando é suprimida por meio de coerção ou violência — como acontece com os “monopólios legais” — a verdade é distorcida em preços imprecisos, ferramentas de baixa qualidade e maldade individual. Para os produtores de dinheiro, a monopolização significa que os desonestos se tornam falsificadores e ganham um domínio (enganoso e violento) sobre o tempo humano.

O roubo de tempo humano por meio da falsificação de moeda levou ao leilão de trabalho escravo.

Contrariando a sabedoria convencional, dinheiro não é “a raiz de todo mal”, é na verdade apenas uma ferramenta para trocar tempo (ou trabalho) — os meios pelos quais os participantes do mercado sinalizam sacrifícios e sucessos uns aos outros ao longo da história das transações econômicas. Como todas as ferramentas, o dinheiro não tem moralidade própria independente. As ferramentas são amorais, o que significa que podem ser usadas tanto para propósitos bons quanto maus. O resultado moral de usar uma ferramenta é inextricavelmente dependente da intenção de seu usuário. O dinheiro é uma ferramenta de negociação temporal, mas (como vimos) também pode ser manejado maliciosamente para roubar tempo, da mesma forma que um martelo pode ser usado para construir uma casa ou quebrar um crânio.

Mais precisamente, o dinheiro — junto com sua ação e discurso precursores — é “a raiz de toda soberania”: a autoridade para agir no mundo como achar melhor. Soberania — uma palavra etimologicamente associada à monarquia, dinheiro e realeza — refere-se ao lugar do poder supremo na esfera da ação humana. De acordo com o Direito Natural, a soberania é inerente ao indivíduo, pois cada pessoa deve decidir conscientemente quais ações tomar, apesar de quaisquer influências exógenas que possa enfrentar. Um santuário interno da fonte geradora da soberania vive dentro de cada um de nós — um princípio inviolável da razão conhecido como logos. Uma camada de interface entre os domínios primários da experiência — ordem e caos — o logos é a característica definidora da humanidade: nossa capacidade de contar e acreditar em histórias é o que distingue o homem do animal. Victor Franklin chama esse espaço interiorizado de “última liberdade humana”:

“A última das liberdades humanas: escolher sua atitude em qualquer dado conjunto de circunstâncias, escolher seu próprio caminho. E sempre havia escolhas a fazer. Todos os dias, todas as horas, ofereciam a oportunidade de tomar uma decisão, uma decisão que determinava se você se submeteria ou não àqueles poderes que ameaçavam roubar de você mesmo, sua liberdade interior; que determinou se você se tornaria ou não o joguete das circunstâncias, renunciando à liberdade e à dignidade … ”

De soberania, derivamos a palavra reinado, que comumente se refere a um período de governo real. A maioria de nós agora vive em uma era bem passada à submissão a uma família real, e nossa concepção civilizacional de soberania tem se descentralizado continuamente ao longo do tempo, aproximando-se de um reflexo claro do Direito Natural. Como Jordan Peterson traça esta progressão histórica:

“Em primeiro lugar, o único soberano era o rei. Então os nobres se tornaram soberanos. Então todos os homens se tornaram soberanos. Então veio a revolução cristã e cada alma individual, impossivelmente, tornou-se soberana. Essa ideia de soberania individual e valor é o pressuposto central de nossos sistemas legais e culturais, então todos nós caminhamos agindo como se cada um de nós fosse um centro divino do logos. Nós garantimos uns aos outros o respeito de cada cidadão que é soberano e igual perante a lei ”.

Na base da civilização ocidental hoje está o preceito de que a soberania do indivíduo é tida acima do estado: uma crença corporificada no cerne dos princípios legais, como habeus corpus, a presunção de “inocente até que seja provado ser culpado” e a liberdade de direitos de fala.

A liberdade de expressão é essencial para uma sociedade pacífica, pois nossas ideias devem ser livres para entrar em conflito e resolver conflitos de forma que nossos corpos não o façam. A fala surgiu nos humanos como resultado direto de nosso desenvolvimento evolutivo: uma vez que uma postura vertical foi adotada por nossos ancestrais primatas, nosso campo visual foi expandido e nossas mãos se tornaram mais hábeis em manipular o ambiente natural, uma vez que não eram mais necessárias para a locomoção. Recentemente equipados com polegares opositores, desenvolvemos uma destreza que nos permitiu particularizar o mundo natural de maneiras úteis — como classificar coisas, contar e fazer ferramentas. A musculatura fina do rosto e da língua evoluiu junto com essa precisão da mão, dando origem à linguagem falada, que complementou a capacidade da mão de categorizar o mundo e a capacidade da mente de compreendê-lo (até mesmo nosso diálogo interno é composto de fala). A competência de reconfigurar manualmente o mundo reforçou nossa capacidade de abstração de fazê-lo verbalmente, formando assim uma dinâmica de feedback entre essas duas faculdades definidoras do homem. Essa coevolução de habilidade e articulação verbal levou naturalmente ao comércio, e (simplesmente) a coisa mais intercambiável em qualquer sociedade comercial é sua ferramenta mais importante — o dinheiro.

Visto desta forma, o dinheiro é uma derivação direta da ação e da palavra: todos os três são meios essenciais para a autoexpressão soberana. Nesse sentido, o dinheiro pode ser considerado uma forma de discurso em si — a linguagem do valor. Colocar limitações no uso dessa linguagem (o objetivo dos bancos centrais) é proporcionalmente catastrófico a restrição da liberdade de expressão (o que pode levar a absurdos como números ilegais). A liberdade de expressão cava a sepultura para o despotismo, ao passo que sua supressão é a marca registrada dos regimes totalitários. Na verdade, o primeiro esforço de todo aspirante a ditador é sempre restringir a voz da dissidência — escurecer a luz da investigação que irradia do logos. O século 20 teve muitas ditaduras “supressoras de logos” , vamos citar duas:

“Em 1917, os bolcheviques russos agiram para limitar a liberdade de expressão no dia seguinte ao golpe de Estado de outubro. Eles adotaram o “Decreto sobre a Imprensa”, que fechou todos os jornais “semeando a discórdia por difamação de fatos”. Da mesma forma, poucos meses depois de chegar ao poder em 1933, os nacional-socialistas alemães começaram a queimar livros, e o Ministério da Propaganda introduziu a censura estrita.”

Logos (λόγος) é uma palavra grega que significa “proporção” ou “palavra” — o princípio no centro das comunicações interpessoais, que são amplamente conduzidas por meio de palavras e preços (que são relações de troca expressas em termos monetários). Tanto as palavras quanto os preços são “comparativos categóricos”, protocolos para encapsular, contrastar e comunicar diferentes aspectos da realidade — aqui reside o poder do logos divino de extrair ordem do caos. Na linguagem, considere como todas as palavras só têm significado em relação umas às outras: todas as definições são compostas de outras palavras. Nos mercados, a interseção da oferta objetiva e da demanda subjetiva é o preço: uma figura dinâmica que reflete o consenso dos logos coletivos sobre a relação de troca de qualquer bem em particular com qualquer outro bem (por simplicidade, expresso na linguagem comum da matemática econômica: dinheiro) .

No caso da moeda, os governos corrompem o modo de precificação da expressão comparativa ao violar constantemente a oferta de dinheiro (via inflação) e, ao mesmo tempo, forçar sua demanda (via moeda legal e leis de cobrança de impostos). Distorcer a descoberta natural de preços, uma manipulação do logos coletivo, é equivalente a perverter a vox populi — a voz do povo. George Orwell disse uma vez: “Se liberdade significa alguma coisa, significa o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir”. A incapacidade de falar a verdade (com palavras) ou provar que outros estão errados no mercado (com preços) é a morte da liberdade; como o século 20 nos ensinou de forma tão dolorosa, restringir o logos é uma ladeira escorregadia em direção ao totalitarismo. A livre expressão em todas as formas é antecedente à ação moral adequada.

Na Rússia Soviética, a liberdade de expressão foi suprimida e a dissidência foi punida. Atividades políticas independentes não eram toleradas, quer envolvessem a participação em sindicatos livres, corporações privadas, igrejas independentes ou partidos políticos de oposição.

Da mesma forma que a fala, dinheiro carregada uma moral intrínseca própria. No entanto, seu caráter econômico influencia os padrões morais — como Buda nos ensinou: “O dinheiro é a pior descoberta da vida humana, mas é o material mais confiável para testar a natureza humana”. O dinheiro honesto incentiva a ação correta e o dinheiro desonesto induz risco moral. Para compreender o impacto do dinheiro na moralidade, considere o caso (hipotético) de um vinicultor vivendo em uma economia com banco central. Ele sabe que seu banco central dobrou recentemente a oferta de dinheiro, imprimindo trilhões de dólares para “salvar a economia”, e agora se depara com três opções:

1.Continuar vendendo seu vinho por $ 20, sabendo que o valor de cada dólar caiu 50% devido à inflação *.

2.Adicionar água ao seu vinho ou usar ingredientes mais baratos, diminuindo assim o custo de produção e a qualidade de seu vinho, mas continuar vendendo por $ 20.

3.Dobrar o preço de venda do seu vinho para $ 40, para obter o mesmo valor pelo seu vinho denominado em dólares pós-inflação.

* Para simplificar, ignoraremos a irregularidade espaço-temporal da inflação.

Se o vinicultor escolher a primeira opção, ele terá uma perda de 50%. Se ele decidir diluir seu vinho, ele sabotará seus clientes vendendo-lhes um produto inferior. Se dobrar seu preço para manter a qualidade, corre o risco de perder clientes para concorrentes menos honestos que estão dispostos a comprometer a qualidade. Visto que diluir vinho com água é difícil de detectar (para não conhecedores) e oferece um ganho financeiro imediato, todos os produtores de vinho enfrentam fortes incentivos para fraudar seus clientes quando a inflação bate (uma causa de escândalos de vinho). Da mesma forma, a inflação monetária incentiva os vendedores de todos os setores a enganar seus clientes. A inflação impõe a tentação do furto no coração do vendedor, forçando-o a pesar o bem-estar financeiro contra a integridade moral. Dessa forma, a inflação é uma doença infecciosa para o tecido moral da sociedade. Dinheiro resistente à inflação, então, é um antídoto para uma moralidade social aflita. Nesse sentido (extremamente importante), o Bitcoin — o único dinheiro com uma taxa de inflação final de 0% — é a cura para muitos dos cânceres morais que crivam nosso mundo.

A inflação é um grande sofrimento para a alma da humanidade — uma fonte de muitas doenças morais em todo o mundo.

O dinheiro é uma fonte de grande tentação, pois pode ser considerado um “determinante de quem possui o quê”, uma vez que o dinheiro pode (por definição) ser usado para comprar qualquer coisa no mercado. Quando um grupo singularmente privilegiado (um monopólio) pode criar dinheiro do nada, eles podem alterar essa “relação de quem possui o quê” arbitrariamente e têm um poderoso incentivo para fazer isso em seu próprio benefício. Este ângulo do “dinheiro como um livro de propriedade” lança luz sobre o ímpeto subjacente para o banco central — uma instituição que se arroga como “mestre da relação” com o privilégio exclusivo de promover os interesses de seus acionistas privados, mesmo às custas de escravizar todo mundo.

Como tudo no mercado exige sacrifícios de tempo humano para produzir (até terra precisa de mãos para vender), podemos dizer que o dinheiro é o tempo humano simbolizado. Da mesma forma que um certificado de ações é um título para o capital da empresa, o dinheiro é um título para o tempo humano; as pessoas sacrificam tempo ganhando dinheiro, que podem então gastar em sacrifícios proporcionais de outras pessoas. Claramente, uma ferramenta que pode comandar o tempo humano é um objeto de grande tentação, pois é uma potente fonte de energia (definida pela física como trabalho ao longo do tempo). O desejo de poder é a motivação da maioria das guerras — geralmente envolvendo tentativas de adquirir capital, alimentos ou território à força. E a falta de poder está intimamente relacionada com a infelicidade, o que torna sua consolidação atraente — como disse Philo Judaeus:

“Nenhum escravo é realmente feliz, pois que miséria maior existe do que viver sem ter poder sobre nada, inclusive sobre si mesmo?”

O dinheiro sempre desempenhou um papel crítico nas noções da humanidade sobre soberania e escravidão. Quando selecionado naturalmente pelos processos de livre mercado, o dinheiro é a culminação do logos coletivo: uma síntese das expressões individuais de soberania do indivíduo. Mas o dinheiro natural foi sequestrado por tiranos artificiais: a razão pela qual chamamos os estados de “soberanos” hoje é apenas porque eles são as gangues que detêm a maior parte do dinheiro livremente escolhido do mundo — ouro.

Os chamados estados soberanos

“Eu não sabia que era um escravo até descobrir que não podia fazer as coisas que queria.” — Frederick Douglass

Por mais de 5000 anos, os metais preciosos têm sido usados como dinheiro, pois cumprem da melhor forma suas cinco propriedades: divisibilidade, durabilidade, portabilidade, fungibilidade e escassez. O ouro passou a reinar supremo porque dentre os metais monetários, era o mais escasso. A escassez é indiscutivelmente a propriedade mais importante do dinheiro, pois sem uma garantia de limitação de oferta, alguém sempre cede à tentação de inflar e roubar o valor armazenado nele (ver: miçangas de vidro, panos ou moedas fiduciárias hoje).

Os governos sempre intercederam no mercado de dinheiro para comandar as operações de cunhagem de ouro e armazenamento, os quais buscaram melhorar as propriedades de divisibilidade, portabilidade e reconhecibilidade do dinheiro, emitindo moedas padronizadas ou recibos de armazém. Ao monopolizar esses negócios de “função de certificação”, o Estado transferiu o fardo da confiança das partes na transação para si mesmo. Os Estados ao longo da história sempre tiveram como negócio (exclusivo) certificar o valor (peso ou finura) do dinheiro (moedas ou barras) e seus substitutos (recibos de depósitos de papel). Lembre-se: o isolamento da concorrência interrompe o processo de descoberta da verdade gerado pelos mercados livres; por isso, a confiança depositada em qualquer monopólio sempre acaba quebrada.

O governo existe para proteger os direitos de propriedade: um propósito que ele corrompe ao monopolizar e falsificar dinheiro.

Todas as moedas nacionais começaram como promessas de papel para dinheiro real. Hoje, essas moedas não são mais resgatáveis com dinheiro real e, em vez disso, foram transformadas em promessas perenemente não cumpridas chamadas moedas fiduciárias. Os governos exigem que as sociedades (uma restrição dos logos coletivos) transacionem nesses substitutos de dinheiro e reservem o direito exclusivo de manipular seus suprimentos como meio de desviar riqueza (também conhecido como roubar tempo) dos cidadãos. Com efeito, as moedas fiduciárias são dívidas sem garantia que estão vagarosamente desfalcadas enquanto seu uso é imposto à sociedade. Ao mesmo tempo, os bancos centrais continuam a acumular dinheiro real — ouro — e realizar a liquidação final entre si neste meio de troca autêntico e selecionado pelo livre mercado.

Visto dessa maneira, “imprimir dinheiro” na verdade se refere à falsificação de moeda — a produção de falsas promessas, já que as moedas não estão mais vinculadas ao dinheiro real. Dito de forma simples: a moeda fiduciária é uma mentira viva. Independentemente de você considerá-la uma ferramenta ou uma arma (dependendo das subjetividades da intencionalidade do usuário), manipular suprimentos de dinheiro é objetivamente útil para apenas uma coisa: infligir desigualdades de riqueza (através de roubo de tempo). Como coloca G. Braschi: “Toda ferramenta é uma arma (se você segurá-la corretamente).” Como meio de obter vantagem em disputas de voluntárias, a falsificação de moeda é uma arma.

Em tempos de guerra, as nações beligerantes tentaram falsificar moedas oponentes para causar hiperinflação. Por exemplo, a Alemanha nazista tinha planos de bombardear a Inglaterra com notas bancárias falsas para sabotar sua economia. E no Japão Imperial, o Laboratório Noborito experimentou operações de falsificação de moeda como uma estratégia de subversão econômica. Em tempos de paz, a falsificação de moeda é de domínio exclusivo do banco central, cuja “política monetária expansionista” aumenta a oferta de moeda em, digamos, 7% ao ano — ou seja, roubando apenas 7% da riqueza de detentores de dólares (um acúmulo de tempo — economia) a cada ano por meio de operações de falsificação.

Evidentemente, quando as circunstâncias se tornam muito incertas, os participantes do mercado naturalmente voltam à minimização da confiança do ouro físico, uma vez que os substitutos de dinheiro são (na melhor das hipóteses) promessas de receber dinheiro no futuro, eles são vulneráveis ao desfalque. Ao contrário das moedas fiduciárias, o ouro é uma expressão dos logos coletivos, não da compulsão de uma contraparte. O Estado autodeclarado “soberano” é um modelo de negócios baseado no confisco de dinheiros autossoberanos, como ouro e prata. As propriedades monetárias superiores do ouro fizeram dele a forma mais valiosa de dinheiro autossoberano da história, um reinado que manteve desde antes da fundação do antigo Egito.

As grandes pirâmides

“Existem duas maneiras de conquistar e escravizar um país. Uma é pela espada. A outra é por dívida. ” — John Adams

O Egito Antigo é a tirania arquetípica da Bíblia. Ele é conhecido por suas Grandes Pirâmides, monólitos que foram construídos as custas do trabalho escravo. Na verdade, a grandeza dessas construções tem uma grande dívida de gratidão para com os muitos escravos cujo tempo foi roubado pelos Faraós — senhores do Egito Antigo. Para obter um vislumbre de compreensão de quão árduo foi o processo de construção, mesmo para uma única Grande Pirâmide, considere este dado presente no livro Heroes of History de Will Durant:

“De acordo com Heródoto … a própria pirâmide exigiu o trabalho de 100.000 homens durante vinte anos.”

Muitas horas de trabalho escravo foram gastos na construção das Grandes Pirâmides, mas a história tem esquemas de pirâmides ainda piores …

Para quantificar esse roubo de tempo de escravos egípcios com mais precisão, novamente assumindo que cada escravo gasta 5.000 horas por ano em trabalho manual, uma força de trabalho de 100.000 escravos construindo por 20 anos equivale a 10 bilhões de horas de tempo roubado. Uma quantidade impressionante de horas de trabalho condenadas à brutalidade da escravidão física durante a construção de uma única Grande Pirâmide, mas (terrivelmente) ainda menos do que o tempo roubado pelos maiores esquemas de pirâmide da história humana — moedas fiduciárias. Como Henry Ford predisse:

“É bom que as pessoas do país não entendam nosso sistema bancário e monetário, pois se entendessem, acredito que haveria uma revolução antes de amanhã de manhã.”

Um esquema de pirâmide é um golpe de investimento baseado em uma configuração hierárquica de marketing de rede, em que os participantes da camada superior lucram às custas dos inferiores. As Moedas Fiat são esquemas de pirâmide erigidos pelos bancos centrais, que restringem o acesso e suprimem o preço do ouro, que, de outra forma, superaria suas moedas inferiores no mercado livre, uma vez que o ouro é confiavelmente escasso e mantém seu valor com o tempo. O uso de moedas fiduciárias é obrigatório por meio de curso legal e leis fiscais. Pode ser difícil acreditar que a moeda mais popular do mundo é um esquema de pirâmide, mas a simbologia do dólar americano conta sua própria história:

Novus Ordo Seclorum em latim significa “Nova ordem dos tempos” — este símbolo apareceu logo após a fundação do Banco Central Americano: talvez se refira ao novo sistema de escravidão implementado sob o nome de “banco central”.

Depois de um grande truque dos governos, esses esquemas de pirâmide passaram a dominar o mundo. As Moedas Fiat são moeda substitutivas baseadas em dívidas controladas por bancos centrais, que impõem essas redes monetárias aos usuários e suprimem toda a competição no mercado de forma coercitiva ou violenta (semelhante à Companhia Grão Pará e Maranhão). O mais desprezível é que as pessoas mais pobres da sociedade — que (por necessidade) detêm a maior parte de sua riqueza em moeda fiduciária — são as mais vítimas desse sistema fraudulento.

No topo dos esquemas de pirâmide das moeda fiduciária está o ouro: uma tecnologia selecionada como dinheiro pela livre escolha cumulativa (os logos coletivos) de incontáveis empreendedores ao longo da história. As abstrações de ouro em papel-moeda foram introduzidas puramente para torná-lo mais conveniente para troca, não para substituí-lo. Com o tempo, a opção de resgatar moeda por ouro foi eliminada, dando aos governos controle total sobre a escassez de moeda e, portanto, uma capacidade ilimitada de confiscar riqueza de seus cidadãos, comprometendo sua oferta.

Como efeito, cada vez que uma nova unidade de moeda fiduciária é impressa (eufemisticamente chamada de “flexibilização quantitativa” ou QE pelos bancos centrais), novas camadas para o esquema da pirâmide são estabelecidas de cima para baixo, e os custos inflacionários são externalizados para aqueles que usam Fiat como reserva de valor. Pior ainda, cada unidade da moeda fiduciária é alavancada, de modo que uma é multiplicada por várias ordens de magnitude no momento em que se torna parte da oferta monetária ampla. Olhando para o Banco Central Americano como um exemplo específico: depois de compensar a receita da taxa de serviço para si mesmo (para financiar suas operações e um dividendo anual de 6% para seus acionistas não divulgados), o Banco Central Americano usa os novos dólares fiduciários para comprar dívida do governo dos EUA. Dólares fiduciários recém-impressos (mais precisamente, gerados eletronicamente) são então distribuídos a critério dos burocratas do governo, que (sem surpresa) tendem a favorecer os banqueiros, corporações e lobistas que pagam por suas campanhas políticas. Detestavelmente, essa dinâmica realoca a riqueza dos pobres para os ricos (Robin Hood teria vergonha).

Enquanto as pessoas permanecerem suficientemente passivas, mas produtivas, esses esquemas de pirâmide podem ser construídos cada vez mais altos e continuam a operar como uma arma de extração de riqueza (roubo de tempo) para seus perpetradores políticos. No entanto, uma vez que não há almoços grátis neste universo, essa expansão da oferta de moeda fiduciária não pode continuar para sempre. À medida que as camadas continuam a se acumular rodada após rodada de QE, e as pessoas são implicitamente tributadas cada vez mais pesadamente pela inflação de preços, a confiança na moeda diminui. Como Hemingway disse sobre a falência, isso acontece gradualmente no início, depois, de repente, quando a inflação torna-se hiperinflação: um colapso total do dinheiro de confiança da economia torna-se mais plausível. Neste ponto, o “mestre do banco central” pressionou demais seus “cidadãos escravos”, que finalmente chegam ao limite de sua subsistência econômica.

Felizmente, graças ao Bitcoin, esses esquemas de pirâmide financeira não podem mais ser protegidos da competição direta (como era o ouro). Todas as moedas fiduciárias dependem criticamente da capacidade dos bancos centrais de controlar a concorrência — o processo de descoberta que, de outra forma, perturbaria sua ilusão. Possuir 20% do suprimento global de ouro dá aos bancos centrais uma influência significativa sobre seu preço, que eles ativamente suprimem nos mercados de papel. Sem intervenção, as moedas fiduciárias desmoronariam rapidamente para a proposta de valor superior do ouro como dinheiro, já que as pessoas sempre preferem um dinheiro que mantenha seu valor ao longo do tempo (por permanecer escasso). A este respeito, Bitcoin — o único “ouro digital” do mundo — representa um grande avanço: uma tecnologia monetária que é disruptiva em relação ao ouro, resistente à supressão competitiva por parte dos bancos centrais e a descoberta única de escassez absoluta.

Todas as moedas apresentam uma dinâmica de valoração de marketing multinível: no Bitcoin, os primeiros a adotar se beneficiam desproporcionalmente ao antecipar a adoção posterior por outros (o processo de bootstrapping econômico do Bitcoin é caracterizado por um ciclo virtuoso). Mas, ao contrário das ofertas desconhecidas dos esquemas de pirâmide de moeda fiduciária, o Bitcoin tem uma oferta universalmente conhecida. Para moedas fiduciárias, os “primeiros a adotar” são perpetuamente aqueles com acesso às impressoras; uma assimetria posicional (um privilégio político) que torna o jogo injusto.

Um sistema mais simétrico, o Bitcoin é caracterizado exclusivamente por informações perfeitas, o que significa que todos os participantes do mercado podem ver as regras que o regem, verificar que nunca haverá mais de 21 milhões de unidades e determinar com precisão quando cada uma será produzida. No jogo do Bitcoin, toda inflação de oferta inesperada é otimizada para os detentores em zero absoluto. A informação perfeita é um pré-requisito para o conceito econômico de competição perfeita: uma condição de mercado ideal (porém inatingível) onde a competitividade é totalmente desimpedida por regulamentações desnecessárias e a geração de riqueza é maximizada. Uma grande promessa do Bitcoin é conduzir os mercados globais para mais perto desse estado de perfeição econômica, separando o dinheiro do estado.

Disposto em camadas permanentes, esta pirâmide de “ouro digital” ofusca as incertezas inatas das moedas fiduciárias. Visto que o dinheiro é um “seguro contra a incerteza”, sua demanda está centrada na certeza relativa de suas propriedades monetárias; e o Bitcoin otimiza para todos as cinco: possui a divisibilidade, durabilidade, portabilidade e reconhecibilidade de informações puras; e a escassez de tempo. Como a morte e os impostos, a certeza de “21 milhões de Bitcoin” não pode ser refutada. Juntamente com o incentivo para a adoção futura antecipada desse dinheiro digital, absolutamente escasso e à prova de roubo, o Bitcoin torna-se um jogo — gravidade teórica — do qual o mercado financeiro simplesmente não pode escapar. Paradoxalmente, é precisamente essa inescapabilidade que está levando à libertação de mais e mais escravos fiat em todo o mundo.

Simbolizado por sua altura fixa na imagem acima, a escassez absoluta da pirâmide monetária Bitcoin supera cada vez mais os esquemas de pirâmide de moeda fiduciária à medida que elas se tornam comparativamente mais altas e menos confiáveis por meio da expansão da oferta. Eventualmente, esses “castelos de cartas” proverbiais colapsaram na transparência total e na certeza do Bitcoin. Quer seja ou não entendido pelos participantes do mercado a qualquer momento, na esfera do dinheiro, o conhecido serve como proteção contra o desconhecido.

Visto dessa forma, temos que ter muitas esperanças no mundo, pois finalmente existe um dinheiro perfeitamente conhecido — uma alternativa à prova de corrupção para o sistema completamente antiético de banco central. Bitcoin é dinheiro honesto que liberta o mundo da falsidade da moeda fiduciária. Em um sentido transcendental, o Bitcoin pode realmente ser o que os antigos alquimistas passaram séculos perseguindo: a substância incorruptível — chamada de lapis philosophorum em textos arcaicos — que serviria como um antídoto para a corrupção do mundo. Como Jordan Peterson escreveu sobre a alquimia em seu profundo livro Maps of Meaning:

“O curso da transformação alquímica foi paralela à Paixão de Cristo, paralela ao mito do herói e sua redenção. A mensagem essencial da alquimia é que a rejeição individual da tirania, a busca voluntária do desconhecido e assustador — baseada na fé no ideal — pode engendrar uma transformação individual tão avassaladora que seu equivalente só pode ser encontrado no mais profundo dos mitos religiosos … lapis philosophorum é “agente de transformador”, equivalente ao herói redentor mitológico — capaz de transformar “metais básicos em ouro”. É, como tal, algo mais valioso do que ouro — assim como o herói é mais valioso do que qualquer uma de suas produções concretas. ”

As metodologias alquímicas eram “protociência”: processos experimentais praticados por milhares de anos que foram fundamentais para o desenvolvimento posterior do método científico (até mesmo Isaac Newton era um alquimista). Como uma escola de pensamento, a alquimia era uma “bifurcação” da Igreja, baseada na crença de que o conhecimento redentor poderia ser encontrado no laboratório da natureza (um conceito herético na época). Estando na vanguarda da conquista tecnológica humana, existindo como o único dinheiro caracterizado por uma oferta à prova de manipulação e inspirando transformações sérias nas vidas dos verdadeiros crentes, talvez o Bitcoin seja na verdade o lapis philosophorum perseguido por alquimistas por séculos — a substância incorruptível que dá rebelião à tirania estatal e, com isso, aproximar a humanidade de Deus. Bitcoin é a verdade e, por uma definição, Deus expresso na fala verdadeira que retifica hierarquias patológicas. Ou como Benjamin Franklin disse:

“Rebelião aos tiranos é obediência a Deus.”

Da mesma forma que a liberdade, amor e verdade, Deus é atemporal. Não estou falando de um “cara no céu”: a ideia antiga de Gênesis é que Deus é a força que enfrenta livremente o caos do potencial com coragem, verdade e amor para convertê-lo em uma ordem boa e útil. Sendo feitos à imagem de Deus, somos todos indivíduos soberanos imbuídos do logos, uma força autogerada responsável por nossa capacidade de reconfigurar harmoniosamente o mundo natural em um espaço bom e habitável. Nosso futuro é semeado em nossa imaginação, uma realidade que evocamos exercitando livremente o logos no pensamento, na fala e na ação. O logos é a centelha divina intrínseca a todos nós; percebendo que as palavras só podem errar o alvo da verdade espiritual, podemos nos aventurar a dizer: deus é o princípio antientrópico que se propaga eternamente por toda a vida. Como G.K. Chesterton disse:

“Uma coisa morta pode ir com o correnteza, mas apenas uma coisa viva pode ir contra ela.”

Para incorporar mais fielmente o princípio divino do logos individualmente, e mais de perto abordar a atemporalidade de Deus coletivamente, devemos triunfar contra as forças do mal que roubam nosso tempo secretamente e constantemente.

Roubo de tempo

“Existe um tipo de ladrão a quem a lei não ataca e que rouba o que é mais precioso para os homens: o tempo.” — Napoleão Bonaparte

Muitos culpam erroneamente o capitalismo pela miríade de problemas econômicos no mundo. No entanto, no coração de toda economia moderna está uma instituição do socialismo: o banco central. Em um sentido primitivo, o primeiro homem que cavou um buraco para se proteger das intempéries foi o primeiro capitalista, e o homem que invadiu violentamente seu pequeno território para seus próprios fins egoístas foi o primeiro socialista. Capitalismo significa simplesmente que todos têm direitos exclusivos sobre os frutos de seu próprio trabalho; em outras palavras, cada um possui seu próprio tempo. Os verdadeiros capitalistas são livres para negociar qualquer objeto de valor que eles invistam para criar (bens, serviços ou conhecimento) com outras pessoas fazendo o mesmo. O socialismo, por outro lado, implica que os governos (também conhecidos como outras pessoas) possuem uma parte (maior ou menor) de seu tempo; a “libra de carne” que eles recebem por meio de recrutamento, taxação e inflação.

A moeda fiduciária socialista é a força vital da tirania do estado: para compreender o quão colossal o sistema de banco central do roubo de tempo se tornou, vamos dar uma olhada de perto no Banco Central Americano. Usando dados de salários anuais da administração da previdência social, mudanças na oferta de dinheiro M2 dos EUA e assumindo 2.000 horas de trabalho anuais médias por trabalhador, chegamos a alguns números surpreendentes. Ao dividir o crescimento da oferta em dólares americanos pelo salário médio por hora a cada ano em dólares, calculamos uma proxy para as horas roubadas da sociedade por meio da expansão da oferta US M2 (link da fonte).

“Imprimir dinheiro” é falsificação de moeda e roubo de tempo humano — em uma palavra, escravidão.

Roubando uma média de 7,6% das horas de trabalho por ano desde 1981, os burocratas do Banco Central Americano conseguiram tirar quase um trilhão de horas das pessoas que trabalham duro. Supondo que cada pessoa trabalhe em média 2.000 horas por ano, isso equivale a escravizar 11,7 milhões de pessoas por 40 anos consecutivos. Essa taxação implícita via inflação é um acréscimo a todos os impostos explícitos cobrados pelo governo dos Estados Unidos — todos os quais são atos de socialismo absoluto. A menos que as transações sejam feitas por participantes do mercado consensuais e dispostos, a troca é extorsiva — este é um princípio central do capitalismo de mercado livre.

O tempo roubado pelo Banco Central Americano desde 1981 é 341% a mais por ano do que o comércio de escravos transatlântico. Com 23,4 bilhões de horas roubadas anualmente, o Banco Central Americano poderia (em teoria) construir 2,3 Grandes Pirâmides por ano. Em termos de tempo humano absoluto roubado por ano, a moeda fiduciária é o maior esquema de pirâmide e instituição de escravidão na história humana.

Quando paramos de conceber o banco central como uma história econômica e passamos a vê-lo como uma história criminosa, começamos a ter uma visão real. O capitalismo é estabelecido na verdade (trabalho árduo, adiamento de gratificação e comércio honesto), enquanto o socialismo é baseado na falsidade (burocratização, propaganda e roubo). Como miçangas (Aggry beads) e panos, dólares falsificados também são usados para mobilizar esforços militares, que (antes do fiat) exigiam tributação explícita ou empréstimos para financiamento. O dinheiro socialista é a fonte furtiva de financiamento do mal: foi usado para financiar todos os ditadores, guerras mundiais e campos de concentração na história da humanidade. Somente no século 20, governos financiados por moeda fiduciária assassinaram mais de 169 milhões de pessoas — uma megatrocidade moderna chamada democídio:

Tabela que quantifica os assassinatos cometidos por governos de 1900 a 1987 em milhões: 169.202.000 vítimas de democídio.

A história é clara: a promulgação forçada da mentira que é a moeda fiduciária em todo o mundo leva à perda de vidas em uma escala monstruosa. Dito de forma simples: socialismo é fraude, e aqueles que se calam sobre a verdade do banco central são cúmplices de sua criminalidade. Como Nassim Taleb afirma sucintamente esta ética:

“Se você vir fraude e não apontá-la, você é uma fraude”.

O planejamento central do dinheiro não é uma ideia nova. No Manifesto de Marx ao Partido Comunista de 1848, a medida número cinco diz: “Centralização do crédito nas mãos do Estado, por meio de um banco nacional com capital do Estado e um monopólio exclusivo.” Direto do manual de Marx, não há nada capitalista sobre o banco central; é uma organização anticapitalista, então sejamos sincero sobre isso: o banco central é o socialismo monetário — uma instituição de escravidão financeira. Além disso, Karl Marx era um racista conhecido; seu sistema socialista de banco central é exclusivamente projetado para extrair riqueza daqueles que o estado considera serem “inferiores”. Não é surpresa, então, que uma instituição centrada na filosofia marxista tenha se transformado em um senhor de escravos racista.

Senhores de escravos procuram roubar os benefícios do trabalho sem fazer os sacrifícios necessários. Em todas as sociedades comerciais, o ouro era considerado dinheiro porque exigia “prova de trabalho” para ser obtido: um custo imprevisível que não podia ser falsificado e, portanto, representava os sacrifícios coletivos feitos para obtê-lo. O trabalho é uma busca nobre, pois nos aproxima da atemporalidade de Deus, uma vez que todas as inovações são melhorias de produtividade — instrumentos para alcançar maiores resultados no mesmo espaço de tempo. O roubo é o oposto: uma distorção do tecido moral da realidade para servir ao ego em desafio ao Deus eterno. As tentativas de distorcer a realidade dessa forma sempre voltam para devastar aqueles que tentam: nossa única salvação de tal engano é a verdade.

Na verdade, o dinheiro é uma construção social criada para sacrificar o tempo agora e armazená-lo para uso posterior. A dívida é criada desfrutando agora ao custo de sacrifícios posteriores. O dinheiro real é o extintor final da dívida. A moeda fiat é contraditória com o conceito de dinheiro, uma vez que nasce do empréstimo. Consequentemente, as economias alimentadas por moeda fiduciária gastaram mais de um século e se esbaldaram de dívidas, mas o dia do acerto de contas está próximo: a realidade econômica exige que seus sacrifícios posteriores sejam pagos — explicando por que os governos estão à beira da falência (moral e financeiramente) hoje.

Um elemento integrante do contrato social, o tempo que gastamos servindo a sociedade hoje deve nos render dinheiro resgatável por serviços equivalentes no futuro. Quando esse arranjo de confiança intertemporal é quebrado devido a tiranos roubando a sociedade por meio da inflação, a sociedade desliza para a desintegração. A moeda fiat é um instrumento supremo do mal no mundo: uma arma de expropriação intergeracional, manejada por sagazes senhores de escravos sobre súditos inocentes.

Senhores de escravos modernos

“Ser um homem pobre é difícil, mas ser uma raça pobre em uma terra de dólares é o fundo do poço das dificuldades. ” -W.E.B. Du Bois

A dinâmica do senhor e do escravo quase sempre foi de natureza racial ou cultural, um fato que não mudou mesmo em nossa atual era “civilizada”. Nos últimos anos, nos Estados Unidos, assistimos a uma onda de brutalidade policial dirigida em grande parte aos afro-americanos. E parece que o mais recente ato de brutalidade policial foi a gota d’água para uma sociedade farta das histórias aparentemente intermináveis de vidas negras agredidas pela polícia. Em 25 de maio de 2020, um pai, amigo e irmão de 46 anos chamado George Floyd foi assassinado por um policial estadual. O policial prendeu Floyd com uma joelhada no pescoço, executando um homicídio em câmera lenta de nove minutos em plena luz do dia com os cidadãos olhando impotentes.

Lembre-se: a verdade é o fim de toda investigação. Na era digital, as janelas de percepção se multiplicaram exponencialmente, projetando a luz da investigação em padrões prismáticos e interpenetrantes. Essa qualidade de múltiplas perspectivas da existência digitalizada é um acelerador para a função de descoberta da verdade dos mercados livres: considere o papel da tecnologia digital no levante da Primavera Árabe, Wikileaks e agora os protestos de George Floyd ocorrendo em todo o mundo. Em 1965, quando Martin Luther King liderou um protesto contra práticas de votação desiguais no Alabama, a polícia atacou violentamente os ativistas enquanto marchavam. Embora muitos eventos semelhantes a este tenham ocorrido antes, este foi televisionado e isso fez toda a diferença. Com os olhos do mundo assistindo a polícia brutalizar manifestantes pacíficos em tempo real, o governo dos EUA logo foi pressionado a aprovar uma legislação que proíbe a segregação racial e a discriminação.

O capitalismo de livre mercado é um sistema social no qual vemos o mundo com tantos olhos quanto possível (por meio de palavras e preços) para obter uma imagem de alta resolução da realidade. Na era digital, esse perspectiva multifacetada dos mercados foram ampliadas com smartphones, mídia social e streaming ao vivo; assim, despertando ainda mais nossa consciência coletiva. A verdade é que milhares de histórias trágicas como a de George Floyd se desenrolaram ao longo do tempo, mas a distribuição das histórias dele nas redes sociais gerou protestos globais contra a brutalidade policial. No passado, assassinatos como esse eram menos notados, mas na modernidade o assassinato de um homem pode desencadear uma “rebelião Fiat-escrava” em todo o mundo. O assassinato de George Floyd se espalhando como um incêndio nas redes sociais e explodindo em uma conflagração de protestos em todo o planeta é um testemunho da influência refrativa da tecnologia digital à luz da investigação e, portanto, a descoberta da verdade.

A síntese de múltiplas perspectivas é a chave para obter uma imagem de alta resolução da realidade: esta é a essência dos mercados livres — os fóruns nos quais a investigação se torna uma verdade instrumental.

A verdade é que a polícia é protetora da “propriedade” do governo: seu trabalho é “manter a paz” enquanto o estado mantém seu esquema de confisco constante dos escravos fiat. Os departamentos de polícia em muitas cidades do sul dos Estados Unidos começaram as patrulhas de escravos com a tarefa de ajudar proprietários de terras na recuperação e punição dos fugitivos — preservando assim os “direitos de propriedade” dos senhores de escravos. Ainda hoje, o trabalho da polícia é investigar o crime, coletando informações para o tribunal, não para proteger a vida dos cidadãos. Como diz o axioma: “a posse é nove décimos da lei”, então claramente a polícia — um grupo de apuradores de fatos militarizados — são na verdade nada mais do que capangas glorificados do governo.

A luz da investigação derrete as mentiras para revelar a verdade: é por isso que o banco central irá falhar — é criticamente dependente da ignorância, do medo e da supressão da livre escolha; não suporta o olhar galvanizador sempre presente na era digital. Operações centralizadas de falsificação não serão toleradas em um mundo com acesso ao conhecimento sem precedentes. Antes de ser morto, George Floyd foi preso por tentar usar uma nota de US $ 20 falsificada: o mesmo crime que o Banco Central Americano comete aos trilhões. Milhões, bilhões, trilhões: é fácil dizer esses números, mas muito mais difícil compreender a real magnitude das operações de falsificação patrocinadas pelo estado. Uma visualização ajudará:

George Floyd foi assassinado por usar uma nota falsificada de US $ 20, enquanto o Banco Central Americano falsifica notas aos trilhões.

Cada dólar impresso é uma prova de roubo de tempo — uma visualização da dívida nacional dos EUA nos dá uma noção de quão colossal se tornou o sistema de banco central de roubo de tempo institucionalizado:

A dívida nacional dos Estados Unidos em dólares fiduciários físicos. Esta renderização é de 2017; com a dívida nacional dos EUA chegando agora a US $ 26T, a Estátua da Liberdade não seria mais visível.

Lembre-se: a sociedade sempre cai na escravidão quando uns poucos privilegiados são capazes de produzir dinheiro mais barato do que todos os outros. Como tal, um mundo livre está para sempre fora de alcance antes que o banco central seja eliminado.

Tão repugnante quanto irônico, George Floyd foi incentivado a usar uma nota de $ 20 falsificada exatamente porque o Banco Central Americano falsifica dólares em grande escala. Mais uma vez, o caráter econômico do dinheiro influencia diretamente os padrões morais: os esquemas de pirâmide de moeda fiduciária têm como premissa a “prova de roubo”, que leva as pessoas a buscar, roubar e enganar as outros para sobreviver. A inflação tem o pior impacto sobre os mais pobres entre nós, o que explica por que a mediana da riqueza mantida por uma família negra na América moderna é menos de 10% daquela mantida por uma família branca ($ 17.000 a $ 171.000) e está caindo. Como Michael Krieger descreve esta armação sistêmica de moedas baseadas em dívida:

“Em vez de dar poder às pessoas, isso as transforma em servos contratados dos dias modernos, presos indefinidamente em uma roda de hamster, com pouca ou nenhuma esperança de escapar. Isso não é um acidente, é uma ferramenta testada e comprovada que, quando combinada com a propaganda incessante da mídia de massa, é uma forma eficaz de criar uma subclasse submissa, confusa e desesperada. ”

Ao comprar Bitcoin, você está participando de um protesto global contra esquemas de pirâmide monetária controlados pelo Estado de uma forma que os políticos não podem ignorar — já que o dinheiro é o único sistema de votação em que sua voz não pode ser silenciada.

Compre Bitcoin = Adeus Mestre de Escravos.

Embora nenhum de nós tenha tido a opção de escolher em que estado nascer, graças a Satoshi Nakamoto, agora estamos todos livres para escolher nosso próprio dinheiro. O primeiro passo nessa jornada é a autoeducação: não é por acaso que o currículo estatal não nos ensina nada sobre as origens do dinheiro ou como ele funciona. Felizmente, a internet é um tesouro de recursos se você souber onde procurar (confira algumas leituras completas aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

Mais uma vez, os mercados livres são jogos econômicos jogados com o propósito de encontrar a verdade, e os manipuladores de mercado são trapaceiros mentirosos. Nesse sentido, o Banco Central Americano é como uma franquia de esportes profissionais que pode facilmente marcar pontos com o toque de um botão: um time malicioso que não joga pelas mesmas regras que o resto de nós. Enfrentar um oponente “invencível” como este é claramente desmoralizante para outros jogadores no mercado, que são constantemente roubados, não importa quão bem joguem. O dinheiro é um jogo para valer e envolve as apostas mais altas imagináveis — a liberdade humana. Dito de forma simples: a falsificação de moeda é escravidão. Ao quebrar o domínio do banco central sobre o dinheiro, o Bitcoin é uma força emancipatória emergente para um mundo que sofre sob a escravidão fiat.

Perseguindo as luzes estrelares

“Eu orei pela liberdade por vinte anos, mas não recebi resposta, até que orei com minhas pernas.” — Frederick Douglass

Apressando-se sob o céu estrelado, auxiliados por abolicionistas obstinados, os escravos fugidos do sul de Antebellum arriscavam tudo para fugir para o norte enquanto tentavam cruzar para os estados livres do Canadá. Encontrar o norte verdadeiro pode ser desafiador às vezes, felizmente havia muitas pistas — como musgo crescendo no lado norte das árvores ou as rotas de voo para o norte de pássaros em migração — que ajudaram escravos fugitivos em sua busca pela liberdade. Talvez a mais importante dessas pistas seja a Estrela do Norte que, ao contrário de outros corpos celestes, nunca muda de posição no céu noturno.

Obtendo furtividade sob a cobertura da escuridão, ex-escravos intrépidos confiaram na fixidez da Estrela do Norte para iluminar seu caminho para a liberdade. Operando em condições de extrema incerteza e nunca sabendo em quem confiar, esta tocha celestial — uma verdadeira estrela-guia — serviu como luz guia para a Ferrovia Subterrânea: uma rede de rotas secretas e casas seguras que fornecem passagem segura para afro-americanos em fuga para o Canadá. Ativistas anti-escravistas como Harriet Tubman apoiaram esta rede construídas por voluntários, flexível e secreta que foi tão importante para minar a instituição fortemente reforçada da escravidão na América pré-guerra Civil.

Na modernidade, mais uma vez encontramos esperança de superar a escravidão financeira imposta a nós pelo Banco Central Americano em uma rede programada por voluntários, de código aberto e criptograficamente clandestina guiada por sua própria “Estrela do Norte”: um suprimento imutável de 21 milhões de Bitcoins. Para os escravos africanos em fuga, a Estrela do Norte suspensa no alto dos céus, além do alcance de senhores vingativos, era um presente de Deus: uma luz inextinguível para a libertação. Bitcoin — um dinheiro do mercado livre com uma oferta firmemente fixada em 21 milhões — é a porta aberta para escravos fiat que buscam escapar das economias controladas pelo banco central. A adoção global do Bitcoin é a libertação da humanidade da escravidão do banco central, de uma vez por todas.

Todos nós somos testemunhas vivas da incineração da falsidade institucional por meio de dinheiro honesto e imparável. Bitcoin é uma estrela ardente da sinceridade engolfando a ficção forçada de moedas fiduciárias em todos os lugares. Das cinzas da imolação da fênix, pode surgir uma sociedade estruturada nos princípios sólidos de responsabilidade, honra e integridade. Como uma implementação de dinheiro absolutamente verdadeiro, o Bitcoin é um farol luminoso que não pode ser coagido ou escondido. Como Buda nos ensinou:

“Três coisas não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a verdade.”

Bitcoin é uma rebelião contra o bastião mais poderoso do socialismo no mundo livre: o banco central. É uma revolução pacífica envolvendo o desarmamento permanente dos tiranos que usam dinheiro como arma para confiscar riquezas. Bitcoin é uma arma da paz usada para o assassinato de roubo de tempo. Um arquétipo alquímico, é um antídoto para a corrupção do Estado e a aflição moral social. Como um dinheiro de mercado livre puramente honesto, o Bitcoin é uma verdade irreprimível; uma expressão de capitalismo monetário puro e uma declaração moderna de independência para escravos fiat em todo o mundo.

Bitcoin é dinheiro sem mestres: um sistema governado por regras em vez de governantes. Ao despertar o mundo do pesadelo da escravidão financeira, o Bitcoin é um sonho de liberdade se tornando realidade.

Obrigado por ler Masters and Slaves of Money.

Obrigado pelo feedback durante o processo de escrita: Jimmy Song Tuur Demeester Brandon Quittem Gigi Willem Van Den Bergh Stephen Cole Alex Gladstein PlanB Saifedean Ammous

Minha mais sincera gratidão a essas mentes incríveis:

@real_vijay, Saifedean Ammous, Brandon Quittem, Dan Held, Naval Ravikant, @ NickSzabo4, Nic Carter, @MartyBent, Pierre Rochard, Anthony Pompliano, Chris Burniske, @MarkYusko, @CaitlinLong_, Nik Bhatia, Nassimolas Nicholas Taleb, Stephan McCormack, Gigi, Hasu, @MustStopMurad, Misir Mahmudov, Mises Institute, John Vallis, @FriarHass, Conner Brown, Ben Prentice, Aleksandar Svetski, criptoconomia, Citizen Bitcoin, Keyvan Davani, @RaoulGMI, @DTAPCAP, Parker Lewis, @Rhythmtrader, @DTAPCAP Russell Okung, @sthenc, Nathaniel Whittemore, @ck_SNARKs, Trevor Noren, Cory Klippsten, Knut Svanholm @relevantpeterschiff, Preston Pysh, @bezantdenier

E qualquer outra pessoa que eu tenha esquecido :)

Fontes:

a. https://www.amazon.com/Bitcoin-Standard-Decentralized-Alternative-Central/dp/1119473861

b. https://www.bdratings.org/l/tales-of-soft-money-cotton-on-cape-verde/

c. https://www.smithsonianmag.com/smithsonianmag/nazis-planned-bomb-britain-forged-bank-notes-180958258/

d. https://en.wikipedia.org/wiki/Number_Nine_Research_Laboratory

e. https://pathways.thinkport.org/secrets/gourd1.cfm

f. https://www.ssa.gov/oact/cola/awidevelop.html

g. https://fred.stlouisfed.org/series/M2

h. https://www.slavevoyages.org/assessment/estimates

i. https://www.amazon.com/Heroes-History-Civilization-Ancient-Modern/dp/0743235940#ace-4302123154

j. https://twitter.com/visualizevalue/status/1272736037673021441?s=21

k. https://medium.com/@25stories/julian-s-dab-daily-audio-blog-session-37-million-vs-billion-vs-trillion-1ff8a17980bc

l. https://www.visualcapitalist.com/20-trillion-of-u-s-debt-visualized-using-stacks-of-100-bills/

m. https://blog.richmond.edu/livesofmaps/2014/11/11/map-of-the-week-slave-trade-from-africa-to-the-americas-1650-1860/

n. https://projects.britishmuseum.org/pdf/RP%20171-%200%20Prelims%20rev.pdf

o. https://projects.britishmuseum.org/pdf/RP%20171%20texts%201.pdf

p. https://projects.britishmuseum.org/pdf/RP%20171%20texts%202.pdf

q. https://projects.britishmuseum.org/pdf/RP%20171%20texts%203%20rev%20table.pdf

r. https://www.bdratings.org/sources/

s. https://libertyblitzkrieg.com/2020/02/18/financial-feudalism/

t. https://i.redd.it/nj6mbq1dtrz11.jpg

u. https://imrussia.org/en/nation/763-totalitarianism-and-freedom-of-speech

Se você gostou dessa tradução e deseja colaborar, envie sats para : bc1qarmfav2e6z2342e8rrgzjcs3fxykjymdlhes3s

--

--

Responses (1)